Corrigindo as redações dos alunos que se preparam para o Colégio Militar e Colégio de Aplicação, notei 3 erros frequentes.
Assim, resolvi falar um pouquinho deles para que não aconteçam no dia do concurso.
Vamos lá?
1- Repetição de palavras:
Leia o trecho abaixo:
"Hoje em dia, as pessoas estão gastando muita água. Nós precisamos aprender a economizar água, pois, no futuro, quem precisar de água não terá. Assim, precisará ir de casa em casa para encontrar água."
Essa é apenas a introdução e veja quantas vezes usamos a palavra "água".
(Agora imagine como a redação toda não ficou cheia de repetições)
Quando repetimos palavras, o texto fica sem coesão e o leitor perde a concentração.
2 - Redação escrita na primeira pessoa do singular:
Geralmente as redações dissertativas não permitem uma linguagem escrita na primeira pessoa do singular.
O autor da redação precisa ser bastante impessoal.
Então, nada de escrever: "Eu penso; eu acho; eu quero ver...".
Escreva: "Nós somos..." - procure uma linguagem que não generaliza as pessoas, nem especifique o autor.
Parece brincadeira, mas outro dia corrigi:
"Nós (eu e meus amigos) não achamos correto desperdiçar água..."
O texto não está impessoal, ok?
3- Pular linhas depois do título
Vamos combinar o seguinte: nada de pular linha depois do título da redação.
Alguns concursos permitem pular uma linha, caso o título seja muito grande.
No entanto, não há necessidade - pois geralmente os título são curtos.
O que vejo são crianças pulando até 3 linhas e isso é bem perigoso.
Obs.: Não se coloca ponto-final depois do título, ok?
O gênero textual que vai cair na prova do Colégio de Aplicação do Recife é um mistério.
A banca examinadora já pediu, por exemplo, artigo de opinião, carta ao leitor, relato pessoal e manifesto. Este último surpreendeu muita gente.
Por isso, você precisa estar bem preparado e nós vamos te ajudar!
O gênero textual de hoje será "fábula".
A fábula é um gênero textual do tipo >> narrativo << ficcional. Ou seja, não tem nenhuma obrigação com a realidade/verdade.
É uma historinha curta, protagonizada por animais.
O legal é que eles falam e agem como nós e, no fim, sempre tem uma lição de moral.
Cada animal parece que representa uma característica humana.
Por exemplo: a formiga é trabalhadora, a cigarra só pensa em festa, o gato é vaidoso, a coruja é inteligente....
Como se trata de histórias curtas, a fábula não apresenta muitos detalhes e, quase sempre, não fala do cenário, nem do tempo.
É muito importante que você, ao pensar na fábula, se lembre logo de seu caráter moralizador. Ela sempre vai ter uma lição de moral.
O escravo Esopo, da Grécia, século VI a.C., tornou-se um grande fabulista.
Suas histórias são traduzidas e contadas até hoje, como A Raposa e as Uvas. Você conhece?
Veja:
A estrutura da fábula é a mesma do conto. São histórias mais objetivas com começo, meio e fim.
Vamos pensar sobre essa que acabamos de ler:
1. Qual é o tipo textual? 2. Qual é o gênero textual? 3. Qual é o seu objetivo? 4. Qual é o tema do assunto? 5. Qual é o tipo do discurso?
Estamos falando do gênero fábula, um texto narrativo, que tem como objetivo transmitir um ensinamento. Nesse caso, a mensagem passada é que nós não devemos mentir para nós mesmos. O discurso é direto, pois apresenta os próprios personagens falando.
Este conteúdo é a porta de entrada para o assunto que mais cai no Colégio de Aplicação: gêneros textuais.
Iremos aprender o que é, como funciona e qual é a função social dos tipos textuais.
Vamos lá?
O que é tipo textual?
Tipo textual é a característica do texto.
Há texto, por exemplo, que surge apenas para passar uma informação (texto expositivo).
Há texto que serve para apresentar a qualidade de alguém (texto descritivo).
Sendo assim, aprenda sobre os tipos textuais:
Narrativo:
- Texto que narra uma história, apresentando começo, meio e fim.
- Ocorre num determinado espaço (cenário).
- Ocorre num determinado tempo (passado, presente ou futuro...).
- Tem um narrador, que pode ser apenas observador ou pode ser um personagem.
Veja o exemplo:
Essa é a historinha de "A Dama e o Vagabundo".
É um texto narrativo, pois tem começo, meio e fim.
Tem um espaço/cenário: a casa de Jim Querido e Meu Bem.
Tem um tempo: ocorre no Natal
Nessa história, o tempo apareceu de forma determinada, não foi?
Todo mundo aqui sabe que o Natal é em dezembro, embora não saibamos em que ano ocorreu a narrativa.
No entanto, há tempos bastante indeterminados, como "Certo dia...", "Era uma vez...","Há muito tempo...". A única coisa que sabemos desses tempos é que ocorreram no passado, é claro.
Descritivo:
- Descreve algo ou alguém, apresentando características, sejam boas ou ruins.
Quando um texto é descritivo, ele procura levar ao leitor o máximo de informações possível sobre o que pretende falar.
Então, se você quer descrever o seu filme preferido, por exemplo, precisa contar detalhes sobre o espaço, o tempo, os personagens, o mocinho, o vilão...Quanto mais riqueza de detalhes, melhor será para quem está ouvindo.
Veja:
Viu quanta coisa legal o narrador falou dos soldadinhos feitos pelo artesão?
Não precisava nem dos desenhos para a gente imaginar como eles seriam, não é verdade?
Assim é um texto descritivo! Cheio de detalhes!
*Próximo post falaremos do tipo Dissertativo (expositivo/argumentativo) e Injuntivo. Aguarde!
A gente sabe que figuras de linguagem é o estudo do conotativo, o sentido figurado de uma palavra.
Hoje vamos ver quatro figuras bem interessantes: catacrese, metonímia, antítese e paradoxo.
Catacrese:
Vou começar logo com um bizu!
A gente "cata" uma palavra para denominar alguma coisa...Como não encontramos nada legal, pegamos emprestado de outros conceitos.
Por exemplo, que nome você daria ao suporte para segurar a xícara?
Como não encontramos nada bom... Chamamos de "asa" da xícara, já que o suporte realmente lembra uma asa - temos uma espécie de metáfora cristalizada.
Outros exemplos:
Coroa do abacaxi, dente de alho, perna da mesa, braço da cadeira...
Metonímia:
Consiste em empregar um termo em lugar de outro por haver, entre ambos, estreita afinidade ou relação de sentido.
Por exemplo, se eu disser "Hoje eu consultei o Aurélio para saber o conceito de educar".
O que é o Aurélio? O dicionário, é claro!
Como o dicionário Aurélio é um dos mais famosos - se não for o mais famoso - a gente sabe logo que há relação de sentido entre "dicionário" e "Aurélio".
Por isso, a frase é bem compreensível.
Outros exemplos:
- Bombril para falar de "lã de aço" - Garçom, traz uma gelada! - "gelada" para representar cerveja - "O rei do futebol" para falar de Pelé
Antítese e Paradoxo:
Por que coloquei essas duas figuras de linguagem juntas?
Porque muita gente confunde!
Antítese é a oposição de palavras.
Ex.: Rico/pobre Feio/bonito Preto/branco
Paradoxo é a oposição de ideias e, geralmente, aparece de forma mais absurda.